Ontem, abrindo um parêntesis na minha atitude enquanto professora, falei brevemente de um episódio da minha vida privada. Sou relativamente contida neste capítulo, estimulando sempre que privado deve permanecer privado, também entre os alunos. Algures durante a aula, estavam revoltados contra uma dessas com quem partilho a profissão e que, por acaso, insiste em meter o nariz onde não deve e tratar os alunos como aquilo que não são. Desta feita, o problema era o fumo, que ela os repreendia quando ela achava que eles tinham estado a fumar. Argumentavam que os pais sabiam que eles fumavam e que ela não tinha nada a ver com isso. No meu papel de mediadora, também faz parte, argumentei que, de facto, o fumo era muito prejudicial à saúde, estava na origem de inúmeras doenças, nomeadamente cancro do pulmão e falei-lhes em duas frases do meu pai, também ele vítima de cinquenta anos de fumo intenso. No fim da conversa, uma das minhas alunas, espevitada e de resposta rápida ou não fosse geminiana, admitiu em jeito de desabafo Agora fiquei triste, razão mais que suficiente para me ter arrependido de o que havia dito
Durante a noite sonhei com o meu pai. A noite toda, pareceu-me, mesmo sabendo que não se sonha a noite toda. As esperas à porta do hospital enquanto a minha mãe o visitava, o choro sozinha durante aqueles momentos, as caras desesperadas das pessoas à minha volta ou os sorrisos entusiasmados de ver pela primeira vez os leitõezinhos acabados de parir. O desespero de o ver partir sem que nada pudéssemos fazer e a dor. O choro convulsivo da dor que me estilhaçou e levou um bocado de mim, um naco de alma arrancado. A falta que me fazes, Papá.
E as lagrimas que correram neste momento por causa desta frase:
ResponderEliminarAs esperas à porta do hospital enquanto a minha mãe o visitava, o choro sozinha durante aqueles momentos, as caras desesperadas das pessoas à minha volta ou os sorrisos entusiasmados de ver pela primeira vez os leitõezinhos acabados de parir. O desespero de o ver partir sem que nada pudéssemos fazer e a dor. O choro convulsivo da dor que me estilhaçou e levou um bocado de mim, um naco de alma arrancado. A falta que me fazes, Papá."
Beijo.
Beijos, Patxi.
ResponderEliminarQue dizer? Daria tudo para te ter poupado a este sofrimento que também é o meu! Um beijo muito especial.
ResponderEliminarUm beijo, Leonor. Eles fazem-nos tanta mas tanta falta. Um beijo, Leonor.
ResponderEliminarDaríamos tudo, mummy, especialmente para poupar o Papá ao sofrimento.
ResponderEliminarMuita falta mesmo, io.
Beijinhos <3
E as lágrimas que eu não posso ter agora, aqui, no trabalho...
ResponderEliminarBeijo muito grande, minha Leonor. E teimosita, e Patxi.
Beijos também. Que perdurem as memórias.
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